sábado, 11 de dezembro de 2010

os velhos tempos, afinal, degradam-se.

(texto sem pausas, apelando à variada interpretação)

chega sempre o dia que mais conscientemente tentamos adiar o dia que é portador daqueles momentos masuquistas que tentamos aniquilar para saltar por cima sem os ter vivido por mais pessoas que ditam ser mundos e fundos ou por mais personagens alegóricas que nós pessoas criámos e que nós pessoas acreditamos existirem para haver sempre alguém que possamos culpar dos nossos erros ou alguém a quem possamos pedir milagres que sabemos à primórdia serem impossíveis de realizar sem sequer pensarmos se realmente existe alguém capaz de os realizar e se realmente não seria mais lúcido esmiuçarmo-nos pelas nossas descaídas em vez de tentarmos convencermo-nos a nós próprios que não não fomos nós nós não errámos há sempre alguém que é culpado mas esse alguém nunca podemos ser nós claro que não a consciência é sempre demasiado pesada logo inventamos e juntamos peças que não pertencem ao mesmo puzzle só para colar uma verdade que nos é inconveniente tudo isto para falar do dia e voltar ao momento aquele que quando passa nos mata mais um bocadinho mas como não queremos passar por ele morremos ao adiá-lo e mais mais um pouco e quando o momento volta a falar cá dentro quando o coração explode e nos grita às almas mais inúteis que nós possuímos uma lágrima cai o arrependimento corre atrás da vítima que achamos sermos nós a pena pelos outros suicida-se ao mesmo tempo que sentimos a consciência erguer-se num prado sem erva como é a nossa cabeça pois nesse mesmo momento já nada cabe lá dentro nem a inteligência nem a sensatez apenas choramos só mais um bocadinho tentamos afogar que é mesmo assim afogar aquilo a que chamamos de mágoa mas o que realmente é essa mágoa é o nosso sentimento de culpa de burrice a nossa auto-vitimação o que lhe queiram chamar é tudo isso que nos sobe ao peito rebenta o coração e morde a consciência e nós choramos choramos e sofremos cada vez mais mas eu não me importo e sabem porquê porque é esse sofrimento amortizado que me faz agir e pensar mesmo sem sensatez que eu tentei criar um pacto de silêncio comigo própria só para calar o momento da verdade não encarei os problemas só para estes não me esbofetearem e para que a solidão não me consuma mas acabou para mim acabou o limite foi mais que ultrapassado e parei no vermelho que insiste em permanecer mas eu já não suporto ver os peões que gerem o meu jogo de xadrez a condicioná-lo à vontade deles o meu cavalo vai saltar reduzir a mudança e aniquilar tudo aquilo que não me mata mas mói e acreditem que o arrependimento pode vir a caminhar velozmente mas ainda não bateu à porta talvez mais tarde mas sei que a minha consciência que por enquanto continua funcional me irá impedir de girar a chave em torno do meu coração porque eu aprendi a dar-me a razão que sei que herdei

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

já nada é igual.

chega o momento em que tudo muda. em que tudo morre, em que tudo vai por água abaixo e nos foge por entre as mãos como areia. acontece quando menos esperamos e parece que vem para ficar. se tenho pen? tenho! se sinto saudade? sinto! se não te queria perder? não! mas já nada é igual, nada do que construímos é o que somos aogra. o arrependimento é bastante, mas será que chega para lutar e conquistar tudo de novo? como tu dizes 'a confiança é como a virgindade, só se perde uma vez', e a nossa já desapareceu. posso estar a errar, mas todos erram, ou posso querer mais tarde voltar atrás e não poder, mas aí não dependerá de mim.
o que vivi, partilhei e fiz contigo e por ti não foi suficiente mas acredita, foi tudo o que tinha para te dar! os melhores momentos da minha vida foram sem sombra de dúvidas passados coontigo. agora? agora já não há aquela magia, os teus olhos não têm o mesmo brilho, o 'amo-te' não soa da mesma forma aos meus ouvidos.
fazia tudo por ti, tudo para te ver bem, tudo para te ter, a meu lado. os ciúmes, as loucuras, as lágrimas e os sorrisos provavam isso, até ao dia em que deixaste de acreditar, em mim, na nossa amizade. nesse dia começou a desfalecer, cada vez mais, lenta e dolorosamente, até hoje. até ao instante em que deixei de tentar, de sorrir e rir contigo, de te falar com o mesmo tom que guardava só para ti, de dizer o quanto te amo mesmo sem o conseguir expressar por simples palavras e o quanto tenho saudades, de salvar a nossa relação como sempre o fiz de uma forma inexplicável e de a defender como um bem precioso e único de tudo e de todos! até hoje, em que disse que ACABOU!
se desisti de ti? não, apenas relaxei.

domingo, 5 de setembro de 2010

segunda oportunidade.

pediste-me perdão.
quiseste deixar tudo para trás, trancar as rivalidades num livro fechado a sete chaves, guardar as desilusões no espaço mais obscuro do meu coração com a derradeira esperança de que pudessem ser esquecidas.
usaste as tuas mais sinceras palavras como se não vivesses sem as ditar naquele preciso momento. eu li e fiquei a olhar, à espera que a minha própria consciência me dissesse o que responder. ela ouviu a minha necessidade de decisão e disse-me que, no teu lugar eu também iria querer voltar a ter uma segunda oportunidade.
afinal, quem não quer? porque haveria de fazer juízos de valor se eu também erro, e não é pouco.
nada vai voltar ao que era dantes, eu nunca iria permitir isso. mas irás voltar a desfrutar de uma das pessoas mais importantes para ti, tal como o mencionaste.


eu? eu só queria que todos pensassem como penso, quando lhes peço o seu perdão.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

tenho dito.

"Tu olhas para uma pessoa, uma pessoa que sabes que não é uma pessoa qualquer, porque o teu olhar fixa-se nela e quando ela olha para ti e sente o mesmo que tu, sentes que alguma coisa vai acontecer. Não sabes nada ainda, mas intuis, intuis com os teus sentidos, com o teu corpo e às vezes com o teu coração que aquela pessoa pode ter qualquer coisa para te dar, que não sabes o que é, mas sabes que um dia vais descobrir e que esse dia pode ser nesse momento, e é então que tiras os dados do bolso e os lanças para cima da mesa. Quando nos interessamos por alguém, nunca sabemos no que vai dar. Lançamos os dados como quem os deixa cair quase por acaso e muitas vezes nem queremos saber quanto deram: um e um, dois e quatro, três e três, cinco e dois, é sempre um mistério, porque a sorte também manda na vida, manda mais do que queríamos e menos do que gostávamos, por isso desconfiamos dela sempre que nos é favorável, mas aceitamos as suas traições como a ordem natural das coisas, por mais absurdas que sejam. Acredito que todos temos direito a ter sorte e que, quando alguém aparece na nossa vida de repente, ou é porque nos vai fazer bem ou é porque nos pode fazer mal. E eu vi-te com bons olhos desde o primeiro momento, achei que me ias ajudar a limpar a tristeza, que a tua presença quase imperceptível naminha vida seria como um bálsamo, uma música perfeita e harmoniosa, um dia ao sol, ou uma noite em branco, daquelas que nos fazem pensar que a vida está cheia de surpresas boas e que vale mesmo a pena estar vivo, só para as saborear. "

Margarida Rebelo Pinto

sábado, 19 de dezembro de 2009

you are my idole!

tudo começa por actos básicos, que consideramos despercebidos, sem importância alguma mas que, no fundo, marcam e crescem. chegam mesmo a induzir a outros mais significativos, que, por vezes, podem ser indesejados. nada disto esperávamos, nada disto era o meu objectivo. sempre foi algo desconhecido e eu queria que continuasse assim! queria que nunca passasse do banal, do estranho, do enquívoco.
fugia, agora agarro com todas as minhas forças. sorria, agora sofro até não poder mais. ignorava, agora desespero de saudade. e porquê? porquê esta mudança, este sentimento? só queria perceber. não planeei nem consigo aceitar o que está a acontecer. apenas tenho conhecimento daquilo que sinto, apenas o que EU quero.
era invisível, nem eu nem tu existíamos, muito menos pertencias ao meu mundo, ao meu dicionário. o teu nome não constava na minha lista, muito menos estava guardado o teu sorriso no meu coração. agora? agora és tema do dia, és doença sem cura, és quem eu quero, és o meu ídolo!
e eu? eu só tenho uma pergunta: porquê tu?